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Fadiga crônica por Carl Jung

  • Writer: Dra. Paula Reichert Leite
    Dra. Paula Reichert Leite
  • Aug 12
  • 6 min read


“Nós não ficamos sem energia porque fazemos demais. Ficamos sem energia porque estamos sendo demais alguém que não somos.”


Não é curioso como algumas pessoas podem dormir por 10 horas, tomar todos os suplementos, ter uma alimentação anti-inflamatória, hormônios equilibrados e ainda se sentirem exaustas — enquanto uma criança de 5 anos, movida apenas por brinquedos e alegria, consegue brincar por horas como se estivesse conectada a uma usina de energia?


Por quê? Qual é a verdadeira diferença?


Aqui está o que ninguém te conta:

Energia não vem apenas de comida ou descanso. Ela vem de ser autêntico.


E quanto mais nos afastamos disso — nos escondendo atrás de máscaras, papéis, personagens — mais ficamos drenados, não apenas emocionalmente, mas fisicamente também.


Vamos falar sobre algo que a maioria de nós faz em silêncio:

Todos os dias, nós atuamos.

Colocamos uma versão de nós mesmos que achamos que o mundo quer ver — o colega simpático, o pai ou mãe controlado, a pessoa que diz “tá tudo bem” mesmo quando está quebrando por dentro.


Ignoramos nosso verdadeiro eu em favor do que é aceitável, agradável, profissional ou “espiritual o suficiente”.


Carl Jung chamou isso de persona — a máscara que usamos para nos encaixar.

Ela nos ajuda a funcionar na sociedade, mas tem um custo oculto.


Porque quanto mais tempo passamos por trás da máscara, mais nos afastamos de quem realmente somos.

E essa desconexão é o verdadeiro vampiro de energia.


Mas vai ainda mais fundo.


Atrás da máscara vive tudo o que reprimimos:

A sombra — nossa raiva, tristeza, vergonha, necessidades não atendidas — tudo o que nos disseram para não ser.


Reprimir essa sombra é como tentar manter uma bola de praia submersa o dia todo. É exaustivo.


Cada vez que mentimos para nós mesmos, dizemos “sim” quando queremos dizer “não”, sorrimos quando queremos chorar, nos esforçamos demais para provar que somos suficientes — estamos perdendo energia.

Não porque somos fracos, mas porque não estamos vivendo nossa verdade.


Agora, pense nas crianças. Elas não atuam.

Se estão com raiva, mostram. Se estão alegres, explodem de alegria.

Elas ainda não têm uma persona.

Não aprenderam a se editar para obter aprovação.


É por isso que irradiam energia — porque não estão divididas por dentro.


Nós já fomos assim um dia, totalmente conectados à nossa fonte, inteiros, autênticos.

Até que o mundo nos deu um script.


A fadiga crônica é uma mensagem da sua alma, e atuar com inautenticidade afeta não só sua energia, mas também seus desejos, sua alimentação, até os alimentos que você escolhe.


Falando em comida, vamos falar de desejos — não calorias ou carboidratos.


Aqui está uma verdade estranha:

Quanto mais atuamos, mais fingimos, mais processado nosso mundo interior se torna — e mais ansiamos por alimentos processadas.


E isso não é coincidência.

Quando estamos desconectados do nosso verdadeiro eu, não estamos só emocionalmente cansados — estamos espiritualmente desnutridos.

Nesse vazio, o corpo busca qualquer coisa que traga um pouco de conforto, identidade ou controle.


Então comemos, maratonamos séries, rolamos infinitamente o feed nas redes sociais…

Porque consumimos irrealidade o dia todo.

Fingimos, sorrimos, agradamos, corremos — e a psique quer consistência.

Se você está sendo falso, ela buscará o falso.


Sua dieta se torna um espelho da sua autoexpressão.


O conceito de individuação de Carl Jung — o processo de se tornar quem você realmente é — tem um efeito dominó.


Não apenas faz você se sentir melhor emocionalmente, mas muda seus desejos.


Quando começamos a curar, tirar a máscara e integrar a sombra, algo profundo acontece:

• Paramos de desejar o que nos entorpece

• Começamos a desejar o que nos nutre

• Não queremos mais picos de açúcar e dopamina

• Queremos comida de verdade, descanso de verdade, conversas verdadeiras, conexões reais


Porque ser verdadeiro é melhor do que ser querido.


À medida que a psique se desintoxica da vida com máscara, o corpo a acompanha.

Começamos a sentir a diferença entre combustível que nos dá vida e distrações que nos drenam.


Aqui é onde viramos a história:


E se a fadiga crônica não for uma falha, mas uma mensagem?


Não de que você está quebrado, mas de que você está fora do seu caminho.

E se seu cansaço for a maneira da alma puxar o freio de emergência e sussurrar:

“Essa pessoa não é você.”


Pense nisso:

Quando você teve momentos em que foi totalmente você — dançando, criando, rindo até doer, conversando com alguém sem precisar se esconder — você se sentiu cansado depois?

Claro que não. Você se sentiu vivo.


Porque a energia flui quando a verdade está presente.


Fadiga crônica não é preguiça. É autoabandono crônico.

É o corpo dizendo:

“Eu não aguento mais carregar essa máscara.”


Agora entramos na psicologia da performance:

O desejo de ser querido cria um vazamento interno de energia que nem o sono consegue curar.


Muita gente nem percebe que está atuando.

Não parece atuação. Parece sobrevivência.

E isso é o mais assustador. Usamos máscaras tão bem que elas começam a parecer pele.


E não é só no trabalho ou em público.

Começamos a atuar em casa, nos relacionamentos, até sozinhos dentro da nossa cabeça.


Achamos que, se continuarmos sendo agradáveis, educados, confortáveis para os outros — estaremos seguros.


Mas conforto não é conexão.

E quanto mais nos abandonamos para manter os outros bem, mais energia gastamos só para passar o dia.


É por isso que tanta gente acorda cansada, mesmo depois de 8 horas de sono.

Porque o sono descansa o corpo.

Mas a performance drena a alma.

E a alma não se recupera com descanso. Ela se recupera com verdade.


A verdade é que ser querido é viciante.

Dá uma alívio momentâneo, um aceno de aprovação.

Mas é superficial. Não é amor real.


Amor real acontece quando você é visto e aceito por quem realmente é — não pelo papel que você desempenha.


E enquanto você ficar preso no ciclo de querer ser querido, estará preso em dívida emocional, sempre:

• Se doando demais

• Explicando demais

• Pensando demais


Isso gera estresse crônico.

E estresse crônico não está só na cabeça:

• Aumenta o cortisol

• Consome neurotransmissores

• Desregula a digestão

• Baixa sua imunidade

• Te inflama


Ou seja: fingir literalmente te adoece.


Se você tem vivido como se carregasse 20 quilos invisíveis todos os dias, pare e pergunte:


“Para quem eu estou atuando?”


Porque por trás desse cansaço, há uma mensagem mais profunda:

Um chamado — não para fazer mais — mas para ser mais você.


Respire fundo. Esse é um trabalho profundo.


A verdade é remédio.


E a cura para essa fadiga crônica pode ser você finalmente voltar para casa.


Aqui está algo que quase ninguém te diz:

Autenticidade não é uma “vibe”. É uma fonte de poder.

Quando você vive como quem realmente é, a energia não goteja. Ela transborda.


É como reconectar seu sistema nervoso à tomada da vida.

Você não precisa de café, nem de hacks de motivação, nem de apps de produtividade.

Você precisa de congruência.


Quando suas palavras, ações, desejos e valores estão alinhados, o cansaço para — porque você não está mais usando sua energia vital para manter um personagem.


Vamos falar de comida mais uma vez, porque aqui fica bem concreto.


Quando você para de atuar e começa a sentir, você não quer mais comida falsa.


Alimentos processados são como a persona: maquiados, manipulados, artificialmente realçados.

E assim como atuar, eles oferecem um pico rápido seguido de uma queda.


Mas quando você está conectado ao seu verdadeiro eu, começa a desejar o que realmente nutre:

• Comida fresca

• Comida de verdade

• Comida da alma


Não porque você quer ser saudável, mas porque seu corpo para de implorar por estímulo e começa a pedir por nutrientes.


Você começa a comer para alimentar sua presença, não para anestesiar sua dor.

Esse é o tipo de mudança que nenhuma dieta te ensina.


Quando você vive sem máscara, quando para de se abandonar para se encaixar — algo mágico acontece:

• Seu sono se aprofunda

• Sua digestão melhora

• Seu corpo se acalma

• Suas emoções se estabilizam

• Você se torna mais eficiente com menos esforço


Porque ser você mesmo não consome energia extra.

É o fingimento que esgota suas reservas.


Carl Jung disse:

“O privilégio de uma vida é se tornar quem você realmente é.”


Se isso ressoou, compartilhe com alguém que está cansado — não só no corpo, mas na alma.

 
 
 

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Empatia e acolhimento

A Paula é uma médica integrativa que, há alguns anos, expandiu sua atuação para também cuidar da saúde emocional com profundo conhecimento e sensibilidade, transformando-se em uma incrível terapeuta.

Sua abordagem acolhedora vai além dos sintomas ou questões psicológicas, abraçando corpo, mente e espírito. Com empatia genuína e escuta amorosa, a Paula integra saberes médicos e terapêuticos, oferecendo uma experiência única. Destaca-se, com certeza, pela capacidade rara de proporcionar acolhimento verdadeiro, trazendo luz aos pontos de escuridão que entregamos em suas mãos.

 

Fernanda Drummond - empresária

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